Bom, para entender o que é indução forçada, eu tenho que te explicar o que não é primeiro. Todo motor a combustão usa a aspiração de ar na atmosfera para fazer a mistura ar-combustível funcionar, ou seja, todo carro é naturalmente aspirado de certa forma. Quando se quer ganhar mais potência para um motor aspirado naturalmente sem sobre-alimentar ele, o fabricante ou preparador geralmente redimensiona pistões, eixo do comando de válvulas, as próprias válvulas e outros componentes internos do motor. Por isso é muito comum você ver motores muito parecidos de uma marca, mas com cilindrada e potência diferentes. Esse tipo de admissão de ar é a mais usada desde a invenção do carro, mas isso não significa que é ultrapassado, até porque como carros Ferrari e inúmeras outras marcas usam motores de alto desempenho naturalmente aspirados.
Construir um motor naturalmente aspirado de alta performance além de ser mais caro, necessita de um processo mais complexo de engenharia e o aproveitamento energético acaba não sendo tão eficiente. É aí que entra o tema do nosso vídeo: a indução forçada!
A indução forçada como o próprio nome já diz, ela utiliza de componentes no motor para forçar mais admissão de ar pelo motor, melhorando a mistura ar-combustível e consequentemente a potência e o torque do carro.
Existem dois tipos de componentes mais populares para admitir mais ar forçadamente para o motor:
- Turbo-compressor ou apenas turbo:
O turbo usa os gases do escapamento para girar um rotor, rotor esse que suga mais ar da atmosfera e joga para dentro dos cilindros, melhorando a explosão e aumentando consequentemente a potência e o torque. Mas você deve estar se perguntando por que é mais comum ver carros turbo de fábrica hoje do que antigamente? Inicialmente o turbo tinha um problema chamado turbo lag, que era um delay que o turbo precisava de uma determinada rotação para encher e isso gerava uma demora na entrega de potência. E agora com outra pergunta, eu repondo a pergunta anterior e uma nova: por que carros preparados espirram e carros de fábrica não? Carros preparados usam uma válvula chamada de válvula de prioridade ou blow-off, ela age quando o motorista tira o pé do acelerador ou na mudança de marchas para evitar um excesso de pressão no sistema, ela descarrega o excesso de ar na atmosfera e no carro de fábrica o sistema é retro-alimentado, ou seja, ele devolve ao turbo o que seria descarregado.
Graças a evolução da engenharia do turbo, ele se tornou viável e econômico para a indústria automotiva no ganho de potência e hoje é comum vermos motores um-ponto-três e um-ponto-zero com três cilindros turbo com potência e torque de motores um-ponto-seis e dois-ponto-zero aspirados. Só para relembrar, o primeiro carro turbo do Brasil foi o Uno Turbo mil novecentos e noventa e quatro, que tinha um motor um-ponto-quatro turbo que tinha cento e dezesseis cavalos.
- Supercharger ou Blower
Ele é bem diferente do funcionamento do turbo, mas com o mesmo principio. O turbo utiliza um princípio físico-mecânico e já o blower é completamente mecânico, pois ele usa uma correia ligada à polia do virabrequim para o funcionamento do compressor e mais nada. No caso do supercharger ao ligar o motor, a potência já está lá, então não há lag de potência. Mas, porque não usar o supercharger de fábrica? Simples: O supercharger é mais pesado e por necessitar de mais peças para a sua montagem acaba se tornando bem mais caro em sua montagem. Por aqui também tivemos um supercharger, o Ford Fiesta dois mil e dois.
Hoje um dos maiores representantes e do uso do supercharger é o Dodge SRT Hellcat.
Atualmente, na busca do melhor aproveitamento energético temos os carros de alto desempenho híbridos, que combinam os motores a combustão com motores elétricos. Alguns exemplos de híbridos de alto de desempenho são o Porsche Novecentos e dezoito spyder, Aston Martin Valkyrie, BMW i-oito, Mclaren Artura e sem deixar de mencionar os atuais carros da fórmula-um e os protótipos que correm no campeonato mundial de endurance e nas vinte e quatro horas de Lemans.
Até a próxima!