O Opala foi o primeiro carro que a Chevrolet implementou no Brasil e graças ao nível de acabamento e de conforto que possuía, logo ele se tornaria um sucesso de vendas. Mas o Opala era bom ou só não tinha concorrentes a altura, graças a um mercado fechado?
O Opala é uma mistura de nomes: Opel e Impala, e justamente essa mistura que a Chevrolet decidiu fazer com o carro. Usando a carroceria europeia do Opel Rekord com algumas características estéticas alteradas para agradar o mercado nacional e um motor americano da década de trinta com algumas atualizações tecnológicas para a década de sessenta, o Opala vendeu milhões de unidades e é um carro muito querido até hoje.
A Ford teve a oportunidade de desbancar o trono do Opala com o Ford Maverick ou Mercury Commet como era conhecido nos Estados Unidos, mas cometeu o erro grotesco de usar o fraco motor seis cilindros do jipe willys, que deixava o Maverick extremamente manco. E quando ela decidiu corrigir isso lançando o Maverick trezentos e dois V-8 GT, o Maverick já estava meio queimado no mercado.
O Opala era um desafio para os engenheiros
O Opala era a maior dor de cabeça para os engenheiros da Chevrolet do Brasil, que tinham que adaptar uma carroceria projetada para receber um motor mais leve e moderno a um motor muito mais pesado. Só para se ter uma noção, o motor do Opala pesava quase cento e cinquenta quilos a mais que o seu irmão europeu.
Isso trouxe grandes problemas para o Opala a curto, médio e longo prazo.
Com um motor já obsoleto e muito pesado, o Opala era extremamente beberrão, não importa se com motor de quatro ou de seis cilindros.
Problemas, muitos problemas!
Graças ao peso do motor o Opala apresentava outro grande problema, as longarinas partiam justamente na parte da frente do carro e havia uma leve torção na carroceria do carro nas curvas, deixando o carro instável. Vale lembrar que Juscelino Kubitschek morreu em um acidente de trânsito em um Opala.
Ainda Graças ao peso do motor do Opala, ele apresentava problemas constantes na suspensão dianteira, inclusive nas buchas e balanças, e o mais grave, um problema no pivô poderia fazer uma das rodas dianteiras simplesmente se soltar do carro em movimento, sim, e ir embora sem o carro.
Fora esses problemas o Opala apresentava um problema crônico de corrosão, o tratamento anti-corrosão da carroceria feito pela Chevrolet era tão precário, que o Opala apresentava problemas de ferrugem com poucos anos de uso.
Em mil novecentos e noventa e dois, o Brasil abriu o mercado para empresas estrangeiras e assistimos marcas como a Honda, Toyota, BMW chegarem no Brasil e também assistimos não só o Opala, como o Monza, o Volkswagen Santana e outros carros nacionais tidos como de alto padrão padeceram ao fracasso e testemunharmos que os carros “nacionais” eram verdadeiras carroças.
É importante destacar que este vídeo não tem como objetivo denegrir o Opala, um carro que é cultuado até os dias atuais. A intenção é mostrar a realidade da qualidade dos veículos produzidos em um mercado protegido, onde a comodidade da demanda garantida influenciava na qualidade dos carros.